sábado, 28 de junho de 2014

Começo

O mundo faz nossa vida, a nossa vida nos faz, e só depois disso podemos lutar, arduamente, para fazer nossa vida, e para que essa possa, também, fazer o mundo. Sujeitos-objetos lutando para transformar aquilo que somos.

Esse blog é para tentar se enfiar um pouco no meio de tudo isso. De pensar como nós somos feitos pela vida; como se formam nossos pensamentos, nossas vontades, nossa subjetividade. E, a partir daí, como estes pensam o mundo, a sua própria transformação, atuam sobre a realidade.

Para ser mais específico: a ideia é tentar partir de duas teorias feitas para a prática, e, no seu cruzamento, procurar compreender melhor a mente humana, suas possibilidades e limitações.

Essas teorias são o marxismo e a psicanálise. Analisar o ser humano, como animal social, cultural, histórico e subjetivo. Como pensador e criador de sua própria realidade; mas, criador submetido a circunstâncias independentes de sua vontade, circunstâncias que estão colocadas, antes de seu nascimento, pela história e pela sociedade. Não há existência como ser autônomo, nem autonomia possível por fora da transformação da sociedade. O indivíduo só é porque existe uma sociedade; e não há sociedade senão por meio de uma composição, uma sobreposição, de indivíduos.

Como qualquer ser humano, começo pelas inquetações e angústias que me foram oferecidas pela história de minha própria vida. Por uma hesitação contemplativa diante de tamanho desafio. Por perguntas. Um ponto-e-vírgula antes da exclamação. Um ponto-e-vírgula que me foi legado, uma cicatriz que dói, só de lhe tocar.

Espero que vocês que estão aí possam perguntar junto comigo. A solidão é invencível quando estamos diante de coisas muito maiores do que nós mesmos.

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